Saturday, January 27, 2007

Siron Franco - pinturas recentes


Novas e antigas pinturas de Siron Franco


Território n3, 2006, óleo sobre tela 160 x 240 cm




Metamorfóse, 1979, óleo sobre tela 155 x 270 cm (dípitico)




Da série "O que vi na TV", 1999, óleo sobre tela 40 x 40 cm

Noite Azul, 2006, óleo s/ tela 200 x 300 cm



O espelho, 1975, óleo sobre madeira 150 x 120 cm


sites:

http://www.sironfranco.com/

http://www2.uol.com.br/sironfranco/texto01.htm

http://diversao.uol.com.br/album/siron_franco_album.jhtm


Monday, January 15, 2007

Pop Art e seu legado - entrevista com Paulo Trevisan

Qual a relação, hoje, da publicidade com a Pop Art?

O que fundamentou a Pop Art foi a utilização de características visuais e estratégias desenvolvidas na sociedade de consumo e da comunicação em massa. A Pop explorou, principalmente, os recursos da linguagem visual - cores, superfícies amplas, o aspecto gráfico (linhas) - difundidos nas imagens das diversas mídias.
Hoje, esta linguagem gráfica continua se desenvolvendo e alimentando tanto os artistas como os publicitários.
Em muitos casos, a Pop (caracterizada pelos artistas dos anos 1950/60) servem como inspiração para a criação de propagandas (impressas, cinema, vídeos etc), em outros, a linguagem gráfica atual de quadrinhos e cartoons é que funciona como referência
.



Roy Lichtenstein
Maybe, 1963

É possível percebermos a influência da Pop Art ainda hoje? Em que contexto?

Sim, percebemos a influência, talvez não diretamente da Pop dos anos 50/60, mas da grande herança deixada por este movimento: a relação entre o mundo visual da hight culture e da low culture, o primeiro representado pela arte erudita (de galerias e museus) e a segunda pelo universo visual da comunicação de massa e de consumo. Um exemplo é a onda que tomou os veículos de comunicação de massa (revistas, vídeoclips, vinhetas para TV, propagandas comerciais, editoriais de moda etc) que resgata e atualiza a linguagem psicodélica desenvolvida pelas artes gráficas dos anos 70. Outro exemplo é o grafite. Desde o seu surgimento, nos fins dos anos 70, ele estabeceu um vínculo forte com a linguagem gráfica dos mass media. A geração dos novos grafiteiros desenvolve um trabalho que se articula, com muita sinceridade, com a maneira de fazer imagem atual para comics, por exemplo.


O que o Sr. Espera da Pop Art para o futuro? O Sr. diria que a Pop Art também alcançou a posição de arte eterna?

É importante reforçar que a Pop Art é um movimento histórico, e que, portanto, se localiza no tempo – apresentando um início e um esgotamento (que podemos considerar a partir da morte de seus representantes e criadores). Neste sentido, poderíamos dizer que não existe, hoje, novos artistas da Pop Art, mas sim, herdeiros de alguns de seus elementos (principalmente os visuias) e que desdobram a sua principal contribuição – a relação entre hight culture e low culture. Portanto, acredito que esta relação, uma vez que nossa cultura ainda está impregnada das mesmas características que geraram a Pop, terá uma longa duração.
É difícil de afirmar se a Pop atingiu o caráter de arte eterna. Só o tempo dirá. Contudo, no que depender da sua perpetuação através da documentação, ela não deixará de ter seu papel na história da evolução das artes, uma vez que apenas cresce a quantidade de exposições, catálogos, artigos e livros que a divulgam.




Titi Freak

O Sr. acha que a Pop Art continua com a mesma força de quando ela foi criada nos anos 50? O que mudou de lá pra cá?

A Pop histórica (dos anos 50/60) está museificada, ou seja, ela é documento histórico e seus principais representantes estão mortos. Portanto, não dá pra dizer que ela continua com a mesma força, uma vez que ela já não existe como movimento ativo. Entretanto, como já mencionei, a herança que ela deixou – a adoção de caracteres da cultura visual urbana da comunicação e do consumo pela esfera mais “nobre” das manifestações artísticas – continua a ganhar cada vez mais adeptos. E o limite entre estas esferas é cada vez mais tênue e ambíguo. Posso mencionar artistas brasileiros que trabalham muito bem este contato que a Pop estabeleceu entre a cultura de consumo e a arte de galerias. Titi Freak é um exemplo - produz tanto para revistas como para galerias, assim como nas ruas (grafites). Herbet Baglione é outro caso, entre muitos que poderia aqui enumerar.



Herbert Baglione

Qual a importância da Pop Art na contemporaneidade?

Sua importância se deve ao fato de ter, definitivamente, estabelecido uma relação forte e saudável entre a produção visual da arte “nobre” e as artes da cultura de massa.


O que o Sr. tem a dizer para jovens que estão começando agora a entrar em contato com o mundo das artes?

Que estejam dispostos a mergulhar num universo rico de idéias e debates. Que, portanto, sempre se disponham a tentar compreender os movimentos da cultura (não se fixando em juízos pré-estabelecidos). E que, no final, ainda guardem sempre, em seus espíritos, o desejo por conhecer mais.

*Entrevista concedida, em outubro de 2006, ao jornal da Uninove (projeto realizado pelos alunos)