Nas viagens de Gulliver gigantes existem. Aladim conhece um gênio. Alice encontra um risonho gato que flutua no ar. No mundo da imaginação tudo se fabula. No campo do irreal a realidade é fiada. Com palavras tecemos figuras. Com imagens podemos encadear narrativas. Alex Kaleb Romano e Kika Goldstein constroem suas trajetórias artísticas dentro destes parâmetros.
Criaturas fantásticas - habitantes de sonhos, seres criados pelas cores explosivas e vibrantes e pelas formas macias e outras quase diáfanas - povoam o mundo formado pelos trabalhos de Kika Goldstein. Em suas pinturas recentes já não conseguimos mais identificar um lócus que possa ser reconhecido pela nossa memória da experiência concreta. Podemos, por aferição, sugerir possibilidades de “reconhecimento” de um mundo subatômico, de uma paisagem extraterrestre ou de um mergulho microscópico em algo orgânico. Então, nossas referências parecem ter que ser suportadas pela nossa vivência com as narrativas ficcionais de ciência ou do fantástico. Não mais conseguimos definir a imagem pela experiência com o real, mas tão somente podemos nos aproximar dela pela imaginação.
Figuras de linhas finas, personagens feitos de formas vazadas ou que se configuram com a paisagem, estes são seres que encontramos nas imagens impressas ou desenhos de Alex Romano. Muitas destas figuras se conformam não em camadas, mas por integração com o conjunto – desenho artesanal participa de cenários fotográficos manipulados em computador. Ambientes naturais e vistas urbanas se fundem em seres de presença delicada e estranha. Um discreto desespero parece tomar conta destes simpáticos nativos da afeição visual e este sentimento torna-se manifesto por estes tão gentis seres por meio de gestos largos ou expressões melancólicas e contemplativas.
Entre a produção de Kika e Alex, além da aproximação que é dada por este clima irreal e fabuloso que os dois artistas articulam, também é possível reconhecer um modo de figurar que guarda relações com uma mesma matriz: a cultura visual urbana dos cartoons, HQs, grafites, ilustrações e charges. Em ambos os artistas, as obras se dispõem de uma maneira visual direta e afável, de agradável deglutição aos olhos. O modo de figurar e os tipos de seres e locais criados pelos dois parecem estabelecer contatos com um outro universo criativo que extrapola o das artes visuais - o narrativo das letras, do cinema e animações. O poder de sugerir imagens, situações interrompidas - quase frames de cenas - tudo isso faz com que os dois se tornem ficcionistas visuais, escritores de imagens.
Paulo Trevisan
texto para o convite
Tuesday, July 06, 2010
A exposição Arte da Ficção é resultado do encontro dos trabalhos recentes de Alex Romano e Kika Goldstein. As obras estabelecem uma abertura para um universo irreal em que o fabuloso e o onírico constituem a matéria do mundo.
Alex Romano desenvolve uma linguagem que trabalha intimismo e relação com a cultura visual urbana. Kika Goldstein cria personagens e cenários de cores fortes e formas sedutoras, obras carregadas de imaginação.
Paulo Trevisan
texto de press release
Saturday, June 12, 2010
Alexandre Matos e Vitor Mizael - Corpus in Obra
Sabemos que a representação da figura humana na arte é universal. E que por meio da imagem do corpo obtemos, muitas vezes, um veículo expressivo da constatação da nossa existência. Existência esta que se faz de modo contínuo, diariamente, como uma obra em constante processo de realização. Alexandre Matos e Vitor Mizael, em seus trabalhos, também apresentam figuras humanas, a corporalidade destas e questões que permeiam a construção dos indivíduos.
Alexandre Matos
Rodas, 2009
Nanquim s/ papel
Alexandre parece nos arremessar num abismo em suas pinturas, desenhos e esculturas. Nestes trabalhos, as figuras não se apóiam em uma apresentação de linha de chão. Os corpos surgem juntos – característica freqüente em sua produção – numa aparente busca de equilíbrio entre si. Figuras parecem buscar um eixo de sustentação no meio do nada. Amontoados de corpos se juntam em círculos, cordões, totens. Outras vezes eles estão próximos mas não se tocam. Uma sensação mista de dança e acrobacias nos é criada ao observarmos tais obras. A redução das figuras em uma corporalidade linear também reforça a noção de sustentação precária e esforço constante para a manutenção de uma situação estável. Uma luta entre corpos e espaço parece ser travada. Leveza e delicadeza se somam nestas imagens em que escadas e pipas funcionam como extensões dos próprios seres.
Vitor Mizael
Auto-retrato, 2007
Alexandre Matos
Rodas, 2009
Nanquim s/ papel
Alexandre parece nos arremessar num abismo em suas pinturas, desenhos e esculturas. Nestes trabalhos, as figuras não se apóiam em uma apresentação de linha de chão. Os corpos surgem juntos – característica freqüente em sua produção – numa aparente busca de equilíbrio entre si. Figuras parecem buscar um eixo de sustentação no meio do nada. Amontoados de corpos se juntam em círculos, cordões, totens. Outras vezes eles estão próximos mas não se tocam. Uma sensação mista de dança e acrobacias nos é criada ao observarmos tais obras. A redução das figuras em uma corporalidade linear também reforça a noção de sustentação precária e esforço constante para a manutenção de uma situação estável. Uma luta entre corpos e espaço parece ser travada. Leveza e delicadeza se somam nestas imagens em que escadas e pipas funcionam como extensões dos próprios seres.
Vitor Mizael
Auto-retrato, 2007
Nanquim s/ papel, 10x7 cm
Mizael constrói pontes com suas obras. O que é dito, palavra, media o que é visto – raios x, esqueletos, partes de corpos. A palavra e a imagem se unem exalando sensações. Desejo, amor, sexo, fragilidade, abandono - gravados nas entranhas, na pele, na carne. Uma desestruturação da imagem corporal banalizada nos mergulha em uma fluidez psíquica que a potencializa. O que é observado deve ser elemento para se constituir com sugestões o que é vivenciado. Mizael, não alinhava um discurso objetivo, mas trama com possibilidades de arranjos, entre palavras e imagens, o que cada um de nós pode “sentir na pele".
Percorrendo caminhos personalizados, cada qual nos remetendo a um universo próprio de problematizações e referências, os dois artistas se debruçam sobre a figura humana e a sua representação por meio do corpo e de outros elementos simbólicos que conformam cada ser. E assim, a representação da figura humana, explorada em sua corporalidade e em sua condição de existência lírica e trágica, é uma peça significativa na constituição de seus corpus de obra.
Paulo Trevisan
Labels:
Alexandre Matos,
corpo,
Corpus in Obra,
desenho,
escultura,
exposição,
pintura,
Vitor Mizael
Exposição Corpus in Obra
convite
As palavras, os objetos, a aparência – do externo e também do interno – são elementos da poética de Vítor Mizael ao constituir sua trajetória sobre relações em torno do corpo e do espírito, do afeto e do sensual, da matéria e da cultura.
Nos trabalhos de Alexandre Matos, a linha estabelece o limite dos seres, do equilíbrio e também da tensão nas figuras que são alongadas, afinadas e descarnadas e que pairam no espaço, representado no campo bidimensional ou em sua existência real.
Em ambos os artistas, nota-se a representação do corpo como fonte para reflexões mediadas pela tensão e pela delicadeza, pela fragmentação e distorção, transparência e leveza, expansão e limite, angústia e satisfação.
Paulo Trevisan - texto de press-release
Detalhes da montagem
Sunday, January 04, 2009
Artes no Brasil em 1968
Considerado um dos momentos mais marcantes daquela década, o ano de 1968 foi marcado por manifestações políticas, comportamentais e artísticas que propunham a abertura para novas possibilidades da existência humana.
As artes plásticas produzidas no Brasil de então são um sintoma dos movimentos propositivos e de renovação que se desenvolveram ao redor do mundo ao longo dos anos 60.
Dois posicionamentos perante o fazer artístico apontavam para as consideradas vertentes mais atualizadas no período. Por um lado tínhamos uma figuração de aspectos extraídos da linguagem visual dos meios de comunicação em massa; por outro, as manifestações de ruptura com os suportes convencionais (como a pintura sobre tela e as esculturas naturalistas em bronze ou mármore) e a radicalização da arte como proposição participativa e não apenas de visualização contemplativa.
Este estado das coisas no campo das artes visuais brasileiras era decorrência de quase uma década de pesquisas e alinhamento com o cenário internacional que se abria para a revigoração de preceitos que partiam das propostas mais radicais das primeiras décadas do século XX, tais como o Dadaísmo e os postulados de Marcel Duchamp.
A apropriação, a participação, a percepção corporal (individual ou coletivo) no contato do público com a obra (ou proposta do artista), e um sentido anti-estético, foram trabalhados por artistas como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Estes anti-artistas faziam a aproximação máxima entre arte e vida.
Lygia Clark
Diálogo - Óculos, 1968
O uso do vocabulário formal extraído das linguagens da comunicação de massa funcionava como instrumento para um outro grupo de artistas alinhados com a pesquisa e renovação na prática artística figurativa. A linguagem Pop, de cores vibrantes e planas, contornos definidos, contrastes marcados e uma tendência à síntese formal, era o recurso utilizado para a apresentação da consciência artística sobre a realidade brasileira – consciência tomada pela presença das forças ditatoriais do Regime Militar implantado em 1964. Imagens extraídas de jornais e revistas e reelaboradas pelos artistas foram apresentadas em obras de Rubens Guerchmam, Antonio Manuel, Cláudio Tozzi, Antonio Dias e Anna Maria Maiolino. O teor político destes trabalhos permite que possamos elevá-los à categoria de obras-denúncia.
Estas duas posições diante das possibilidades mais avançadas de criação artística, muitas vezes se emaranhavam em trabalhos que buscavam um sentido participativo e ao mesmo tempo atrelavam-se a uma figuração ou alusão ao contexto sócio-político. Isto é visível em parte da produção daquela época de Nelson Leirner e Wesley Duke Lee.
Rubens Guerchman
Policiais Identificados na Chacina (Registro Policial), 1968
colagem, espelho, asas de borboleta
e madeira, 167 x 150 cm
Em 1968, tínhamos no Brasil uma efervescência cultural que perpassava as artes visuais e viabilizavam a experimentação e o envolvimento crítico perante a realidade. Conseqüência de um processo desencadeado no início da década, esta efervescência atingiu sua plenitude nos últimos anos da década de 60. Porém, não perdeu sua vitalidade e continuou funcionando como propulsora para o desenvolvimento futuro das artes. A força criativa pregada naqueles anos gerou um legado de obras de alta qualidade formal e simbólica e possibilidades de experimentação que podemos identificar ainda atuantes nos dias de hoje.
Hélio Oiticica
Seja marginal seja herói, 1968
Estandarte (tecido e serigrafia)
As artes plásticas produzidas no Brasil de então são um sintoma dos movimentos propositivos e de renovação que se desenvolveram ao redor do mundo ao longo dos anos 60.
Dois posicionamentos perante o fazer artístico apontavam para as consideradas vertentes mais atualizadas no período. Por um lado tínhamos uma figuração de aspectos extraídos da linguagem visual dos meios de comunicação em massa; por outro, as manifestações de ruptura com os suportes convencionais (como a pintura sobre tela e as esculturas naturalistas em bronze ou mármore) e a radicalização da arte como proposição participativa e não apenas de visualização contemplativa.
Este estado das coisas no campo das artes visuais brasileiras era decorrência de quase uma década de pesquisas e alinhamento com o cenário internacional que se abria para a revigoração de preceitos que partiam das propostas mais radicais das primeiras décadas do século XX, tais como o Dadaísmo e os postulados de Marcel Duchamp.
A apropriação, a participação, a percepção corporal (individual ou coletivo) no contato do público com a obra (ou proposta do artista), e um sentido anti-estético, foram trabalhados por artistas como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Estes anti-artistas faziam a aproximação máxima entre arte e vida.
Lygia Clark
Diálogo - Óculos, 1968
O uso do vocabulário formal extraído das linguagens da comunicação de massa funcionava como instrumento para um outro grupo de artistas alinhados com a pesquisa e renovação na prática artística figurativa. A linguagem Pop, de cores vibrantes e planas, contornos definidos, contrastes marcados e uma tendência à síntese formal, era o recurso utilizado para a apresentação da consciência artística sobre a realidade brasileira – consciência tomada pela presença das forças ditatoriais do Regime Militar implantado em 1964. Imagens extraídas de jornais e revistas e reelaboradas pelos artistas foram apresentadas em obras de Rubens Guerchmam, Antonio Manuel, Cláudio Tozzi, Antonio Dias e Anna Maria Maiolino. O teor político destes trabalhos permite que possamos elevá-los à categoria de obras-denúncia.
Estas duas posições diante das possibilidades mais avançadas de criação artística, muitas vezes se emaranhavam em trabalhos que buscavam um sentido participativo e ao mesmo tempo atrelavam-se a uma figuração ou alusão ao contexto sócio-político. Isto é visível em parte da produção daquela época de Nelson Leirner e Wesley Duke Lee.
Rubens Guerchman
Policiais Identificados na Chacina (Registro Policial), 1968
colagem, espelho, asas de borboleta
e madeira, 167 x 150 cm
Em 1968, tínhamos no Brasil uma efervescência cultural que perpassava as artes visuais e viabilizavam a experimentação e o envolvimento crítico perante a realidade. Conseqüência de um processo desencadeado no início da década, esta efervescência atingiu sua plenitude nos últimos anos da década de 60. Porém, não perdeu sua vitalidade e continuou funcionando como propulsora para o desenvolvimento futuro das artes. A força criativa pregada naqueles anos gerou um legado de obras de alta qualidade formal e simbólica e possibilidades de experimentação que podemos identificar ainda atuantes nos dias de hoje.
Hélio Oiticica
Seja marginal seja herói, 1968
Estandarte (tecido e serigrafia)
Labels:
1968,
Anos 60,
Antonio Dias,
ditadura,
Hélio oiticica,
Lygia Clark,
Lygia Pape,
tropicália,
vanguarda,
Wesley Duke Lee
Wednesday, March 12, 2008
Amanda Mei
Amanda Mei
Devolução, 2004
site specific
(placas retiradas das ruas e pintadas)
Proposta redigida pela artista
"Devolução (a espera por uma legenda)"
PROPOSTA PARA SITE SPECIFIC
Esta ação consiste na apropriação de placas de rua como suporte para pinturas, que depois são devolvidas, não necessariamente no mesmo local.
A ação se completa quando a placa é instalada na rua novamente a espera de uma segunda placa que legende o espaço pintado.
Três hipóteses;
- a placa pode ser roubada/retirada
- não conseguir uma legenda
- ficar esperando / ser ignorada / desapercebida
Materiais;
Placas de rua, tinta acrílica, corrente, cadeado e transporte ate o local.
Espaço ocupado;
Cruzamento e/ou esquina ,um local onde exista outras placas
Labels:
2004,
Amanda Mei,
apropriação,
intervenção,
pintura,
site specific
Wednesday, December 26, 2007
corpo/ Arte/ imagem
O corpo como presença torna-se recorrente nas discussões da arte contemporânea. A partir dos anos 1950, questionamentos fundantes foram postos por pioneiros como Yves Klein, Piero Manzoni, Robert Rauschenberg e Alan Kaprow. A reivindicação da utilização do corpo do artista, ou do espectador, tornou-se o alvo para novas linguagens como body art (Marina Abramovic, Cris Buren, Ana Mendieta etc) e performances (Jim Dine, Joseph Beuys, Carolee Schneemann) e para as experiências sensoriais (Hélio Oiticica e Lygia Clark).
Marcela Tiboni
O gesto do artista, 2003
Fotografia
Sedimentadas pelo tempo, nos últimos anos, as linguagens se confluíram e se hibridizaram. Trabalhos conhecidos apenas por registros passaram a funcionar (e a se confundirem) com a obra final. Muitos dos trabalhos realizados, utilizando o corpo como suporte ou meio, sobreviveram através da documentação fotográfica. Assim, hoje, podemos acessá-los através de imagens que nos informam parcialmente sobre eles.
A exibição destes documentos em galerias e museus passou a ocorrer com freqüência, possibilitando que, em muitas vezes, sejam confundidos (ou mesmo tomados) como obras em si mesmos. A imagem deixa de ser documento para ser entendida como resultado em si.
É neste intervalo que esta exposição trabalhará, observando uma nova geração de artistas brasileiros, que desenvolve poéticas que em alguns aspectos se aproximam. Estes artistas, por exemplo, recorrem na utilização do corpo - no caso desta exposição do próprio corpo - para atingirem como resultado do trabalho uma imagem (apresentada como o resultado, como a obra).
A obra como imagem, e não como simples registro de performance, body art ou arte sensorial e de ação, vale-se da presença física do artista como elemento atuante, que participa e potencializa seu poder discurssivo, remetendo para aspectos múltiplos do trabalho como a imagem do artista (ou a auto-imagem), corporalidade e a condição física do corpo como elemento cultural e/ou natural (integrante de um ciclo da vida na Natureza).
Fernanda Figueiredo
Sem Título, 2003
Fotografia
Nos trabalhos selecionados, as imagens também propõem problemas de poéticas personalizadas, como ocorre com Fernanda Figueiredo que se vale do próprio corpo como superfície para o desenho. Os desenhos realizados com batom (normalmente vermelho), por ela mesma, nos oferecem um universo de figuras, ora inocentes, ora sensuais. O teor de feminilidade, corporeidade e sexualidade formam o centro de discussão desta artista que mergulha numa reflexão cultural da percepção e da representação do corpo feminino e da feminilidade. Ou Marcela Tiboni, que representa a sua experiência com a pintura (e seus elementos constitutivos) através de “dramatizações”, em que incorpora o poder da cor, a maleabilidade das tintas, o poder emotivo da pintura e o reconhecimento de si nas imagens representadas na arte.
As obras de Guilherme Teixeira discutem a relação homem, cultura e natureza. A imagem do artista aparece mergulhada em elementos naturais, como água, ou ainda, povoando a paisagem. Um sentido espiritual primitivo parece nortear a sua relação (e sua presença física) no mundo natural.
Guilherme Teixeira
Deslocamentos, 2005
Fotografia
Vitor Mizael, com uma percepção do Eu intimista (mediada pela palavra escrita), mergulha na interioridade física orgânica (com imagens conseguidas através de radiografias) para atingir a expressão do encontro entre o Eu físico (matérico) e o Eu espiritual (dado pelos elementos culturais presentes na linguagem verbal). Em seus Auto-retratos palavras definidoras de estados da alma (tristeza, angústia) e de estados físicos (limpeza) se somam às imagens do interior físico que não se vê.
Vitor Mizael
Auto-retrato (Vazio), 2005
Intevenção em radiografia
Em todos os casos, os artistas se valem da imagem como concentradora de suas poéticas, e como fim no resultado de seus trabalhos, apresentando o corpo como participante do trabalho e de seus significados.
A riqueza de debate proposta pelos enfoques de poéticas particulares, pautadas na concepção de imagens como obras, mas motivadas por questões que incluem ou evidenciam o corpo, a presença do artista e sua apresentação e/ou representação na obra é motivo para reflexões sobre os andamentos da arte atual. Um ponto para a reflexão sobre esta nova geração, e seu modo de se vincular com as conquista postas no contexto da produção contemporânea.
PS: Texto escrito em 2006, originalmente para um projeto de curadoria.
Optei, para esta seleção, trabalhos em imagens fotográficas ou similares (radiografias), por questões de viabilidade do projeto. Mas a discussão sobre a imagem pode ser levada para outros suportes como o vídeo, meio que guarda grande número de trabalhos com questões similares às propostas nesta curadoria.
Labels:
arte,
corpo,
corpo/ Arte/ imagem,
fotografia,
imagem,
performance
Thursday, May 31, 2007
Aline van Langendonck - O Gesto da Luz
Monday, April 30, 2007
Subscribe to:
Posts (Atom)